quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Devaneios de um coração partido



Sim, meu coração já foi partido. Em partes, ainda é. Depois de cicatrizar na marra tantas feridas, porém, fui aprendendo a conviver com meu coração pisciano: sofredor, ansioso e carente por natureza. E acima de tudo, um sonhador que não mede as consequências das suas batidas. Dá um trabalho... 

Não estou aqui para reclamar do “santuário da minha alma”, como bem intitulou Aristóteles. Mas cá entre nós, queria que meu coração fosse rancoroso de vez em quando. Poxa, as pessoas o fazem sofrer e, mesmo assim, ele tenta remediar a situação como a me dizer: “poderia ser pior” ou “você também tem culpa no cartório”. 


Não, esse pedacinho insano do meu corpo não poderia ser diferente. Se assim veio, pela eternidade continuará a bater do mesmo modo. Porque é a ele que tenho que dar ouvidos. Simples assim.


Não é que nos últimos tempos, o danado anda me avisando quando a história vai ser boa? Verdade é que na maioria das vezes em todas as vezes, o final dela não é o que espero, mas os capítulos sempre são permeados de muita emoção, suspiros, prazer... Ironicamente, meu coração me faz perder o ar em muitas situações. E como é bom!


Teria como ser diferente? Em partes poderia, mas não é por um único motivo: meu coração sabe que todas as histórias, mesmo as de final inesperado e triste, muito vão me ensinar. Mesmo com o medo de sofrer que tem, ele nunca foge da raia e me leva junto. 


Já ganhou até a fama de bobo dos outros e nem se importa com isso mais. Pra que arranjar mais um motivo pra se ferir? Enfim, partido ou não, ele embala os meus dias com seus devaneios e me faz sorrir sozinha ao me lembrar o quanto me tornei uma mulher melhor a cada circunstância que alguém o machucou. E ainda comprova: “vá em frente bobinha, eu sempre me recupero”.


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