terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Crônica da espera



Ela estava ali, com olhar distante e destino incerto.
No que pensava? Para onde viajava? Sonhava, chorava ou alegre estava?
Não dá para imaginar.

Ela aguardava ali, com o fôlego cansado e as mãos calejadas.
No que acreditava? Poderia seguir adiante? Pensou em retornar por algum instante?
Não dá para decifrar.

Ela refugiava-se ali, com seus medos e devaneios.
O que a fazia estremecer? Por que o semblante triste escondia um auspicioso sorriso?

Impossível não questionar.

Ela escondia-se alia, com suas vergonhas e defeitos, lembranças e perspectivas.
Teria forças para se modificar? Ou persistir no erro seria a solução mais eficaz?
Definitivamente, não dá para entender num olhar.

O que se sabe?
Mesmo remando contra a maré, ela estava e continua ali.
Esperando para se arrepiar, desejar, delirar e outra vez amar.
Ora sorrindo, ora chorando, sempre sonhando com aquele sorriso diferente, um gesto há tempos ausente, que pode nunca retornar.
Mas ali ela sempre vai estar.

Um comentário:

  1. É assim que me sinto quase sempre. Feliz e triste em questão de instantes e com um olhar perdido indecifrável também (mesmo por mim...); e tudo me faz mudar de reação. Por medo, por amor, pelo silêncio inexplicável...

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