sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Eu gosto do seu corpo


Eu gosto do seu corpo
Eu gosto do que ele faz
Eu gosto de como ele faz

Eu gosto de sentir o calor do seu corpo
Dos seus ossos
E de sentir o tremor firme e quente
De quando lhe beijo
E volto a beijar...
E volto a beijar...
E volto a beijar...

E.E. Commings

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Poesia do dia!

Grão de Amor - Tribalistas


Me deixe sim, mas só se for
Pra ir ali e pra voltar
Me deixe sim, meu grão de amor
Mas nunca deixe de me amar

Agora as noites são tão longas
No escuro, eu penso em te encontrar
Me deixe só até a hora de voltar

Me esqueça sim pra não sofrer
Pra não chorar, pra não sentir
Me esqueça sim, que eu quero ver
Você tentar sem conseguir

A cama agora está tão fria,
Ainda sinto seu calor
Me esqueça sim
Mas nunca esqueça o meu amor

É só você que vem no meu cantar, meu bem
E só pensar que vem, lara ra ra
 

Me cobre mil telefonemas
Depois me cubra de paixão
Me pegue bem
Misture alma e coração

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Um viva à humildade

O que dizer de um mundo em que as pessoas esquecem do respeito mútuo para mostrar o quanto são superiores ou supostamente mais capazes, mais inteligentes? Simples: a humanidade perpetua a arrogância como símbolo de poder e status, enquanto a humildade é tida como característica dos fracos e submissos. Ilógico? Não, é realidade. Para a maioria, tudo está na mais perfeita normalidade. No meu universo particular que agora torna-se público, é uma constatação com requintes de crueldade.

Humildade vem do Latim humus que significa "filhos da terra". Refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas”, diz a Wikipédia numa perfeita significação da qualidade que só não está em extinção porque ainda há muitos que acreditam no poder que ela tem. Eu sou uma delas.

Ser humilde não tem nada a ver com baixar a cabeça e se submeter a atitudes e opiniões alheias como se fossem verdadeiras, desrepeitando sua próprias crenças. É, ao contrário, ouví-las com passividade e seguir pelo caminho inverso. Ter humildade é não julgar os erros do outro por ser convicto de que a perfeição não é deste mundo. É saber transmitir conhecimento com mansuetude e receber ensinamentos com simplicidade. Humildade independe de religião. É atitude dos sensatos, que reconhecem estar distantes do ideal de tudo acertar.

Chefes, ponderem suas atitudes com seus empregados! Humilhar quem garante o sucesso do seu negócio não tem nada a ver com empreendedorismo e gestão eficiente. Empregados, recebam elogios com a modéstia de quem ainda tem muito a oferecer!

Amigos, confiança não é sinônimo de arrogância. Saiba conversar com aquele que um dia cedeu os ombros para você chorar e antes de esgotar todas as possibilidades, não aponte culpados ou defeitos. Filhos da Terra, sejam humildes diante de uma morada que implora por cuidados!

Talvez eu não seja um exemplo máximo de humildade, mas aprendi com a minha mãe que aprender nunca é demais. E humildade transforma o aprendizado numa prazerosa experiência. Mesmo quando o tema parece esgotado, sempre há um detalhe que passou despercebido. E conviver com a arrogância me faz crer que bem-aventurados são os humildes, pois eles são detentores de uma tranquilidade ímpar: colocar a cabeça no travesseiro todas as noites com a certeza de que fizeram a melhor escolha.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Uma feliz vida, Andrêssa!



Ela foi a minha primeira amiga de verdade. Aquela de escola, dos trabalhos, dos primeiros amores, das confidências, das descobertas da adolescência, das brincadeiras inesquecíveis, dos segredos. Andrêssa e Wanessa, Cardosa e Cardosinha. A dupla infalível. Sempre.

Os anos passaram. Por escolha, acabamos seguindo por rumos diversos. Desencontramo-nos sem esquecer dos momentos únicos, dessas lembranças responsáveis pelo que hoje somos e cremos. Novas amizades apareceram, mas não conseguiram ofuscar o brilho dessa união mais que especial.

A Andrêssa me deu um dos presentes mais valiosos que já recebi. Sou honrada de ter consagrado à Nossa Senhora essa menininha da foto, tão esperta, linda e que selou de vez uma amizade de anos. Não há como agradecer tamanha dádiva. Ser madrinha da Milena é uma graça de Deus!

O que posso dizer a você hoje Andrêssa? Somente muito obrigada por fazer parte da minha história. Posso estar distante, mas nunca esquecerei de tudo que passamos juntas e do quando aprendemos uma com a outra. Amo você! Feliz aniversário!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Relato de uma impaciente...


Olá! Faz tanto tempo desde a última vez que conversamos né? E como você me faz falta! Eu sei, eu sei. Afastei você de mim. Não sei o por quê, mas sinto drasticamente os efeitos. Olha as lágrimas caindo incontroláveis, teimosas.

Você não poderia ter esquecido. Sempre cobro isso de você que, para refutar, repete seguidamente:

- Paciência não se dá. Essa virtude que estás longe de alcançar se conquista!

Pois é, mas como? Como vencer a batalha com todo esse exército de incertezas e problemas a frente? Já sei, já sei:

- Quando venceres cada soldado dessa guerra, encontrarás o que tanto deseja e verás que sem as lutas não seria prazeroso ter paciência.

Imagino como você pode ter paciência diante de alguém tão instável como eu. Uma hora, um belo sorriso amarelado. Um minuto depois, uma má resposta por nada. Ah! Só você mesmo.

É por isso que sigo acreditando que um dia poderei conhecê-lo melhor. Afinal, esse não é só o meu destino. É a direção de todo ser humano, mesmo daqueles que fazem tudo ao contrário de seus desígnios. E a cada salto dado nessa direção, tenho a convicção de estar mais perto da felicidade.

Obrigada por mais esta oportunidade e até a próxima. Pode ser que não escreva tão claro e preciso como hoje. Mas tenho a certeza que sempre estará pronto para ler as minhas linhas desconcertadas. Foi essa a maneira que você me ensinou de conversar contigo. E que assim seja pela eternidade!

Estava meio sem saber o que postar hoje. Lembrei-me de uma noite em que, angustiada e triste, resolvi escrever para tentar me acalmar. E deu certo. Explicar seria redundante. Os mais íntimos sabem: não tenho nenhuma familiaridade com Jó. Pode demorar, mas um dia conseguirei ser paciente com os que estão à minha volta e, principalmente, com os meus defeitos. Afinal, eles sempre têm algo para ensinar a mim e até mesmo aos que me rodeiam.

Ser paciente é também uma questão de escolha. Nada muda completamente num piscar de olhos. Se tem uma coisa que aprendi com meus erros de impaciente foi que as melhores escolhas estão sempre à disposição. Basta ver direito. Errou? Sempre haverá o amanhã para recomeçar. E acreditar no amanhã já é uma boa escolha.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Deixe-me viver



Era uma reunião como as outras do centro espírita que frequento. Enquanto aguardava o atendimento, deixei-me levar pela leitura. Ao meu lado, um rosto conhecido. Algumas conversas em outras ocasiões sem nenhuma intimidade que me levasse a confundir o coleguismo com amizade.

De repente, aquela mulher de trinta e poucos solta uma frase que nunca vou esquecer:

- Este livro mudou a minha vida!

Em meio à minha admiração, ela continuou: 

- Se hoje sou feliz, devo a este livro! A minha filha é linda!

Nada comentei. Seus olhos verdes marejados ainda ficaram vidrados por um tempo nas páginas daquele livro, que dali em diante transformaram-se para mim. Contive-me para não chorar. Ao meu lado, uma mulher que resolveu ser mãe mesmo com todas as dificuldades, desafios e responsabilidades que um filho pode acarretar. Tudo por causa daquelas páginas que, para muitos, não passam de fantasias. 

Deixe-me viver, de autoria do espírito Luíz Sérgio, marcou a vida daquela mulher. A minha também. Ainda não sou mãe, mas é o meu maior sonho. Não quero aqui forçar ninguém a acreditar na doutrina espirita. Quero apenas fazer uma reflexão. Independente de religião, para todos que defendem que a vida se inicia na concepção, fica a pergunta: o que acontece depois de um aborto? Como fica esta vida depois da interrupção da gravidez?

É exatamente isto que Luiz Sérgio trata. Absurdamente real para os adeptos do espiritismo, a linguagem direta e as demonstrações dolorosas fazem, sem sombra de dúvidas, qualquer curioso parar para pensar sua opinião. A cada história, uma reflexão sobre as consequências de atitudes regradas por nossa insana humanidade é levantada. Luxúria, egoísmo exacerbado, omissão de responsabilidades, falta de caridade são demonstradas de forma nua e crua.

Sim, esta forma inconsequente como vem sendo tratada a questão do aborto atualmente me relembrou essa mulher e esse livro. Levar para o jogo sujo da política algo tão sério é condizente a querer transformar Deus em cabo eleitoral. Política e religião não se discute, muitos dizem. Em um país laico, não deveriam se misturar. Cristão também é eleitor, claro, mas crenças não são votadas em plenário.

Mais do que saúde publica, o aborto é uma escolha. E como para toda ação há sempre uma reação – é a física da vida – ceifar uma vida desta forma gera efeitos que, na maioria das vezes, são dolorosos. Não precisa ser espírita para saber disso. Todos os dias, aparecem histórias de mães traumatizadas física e psicologicamente, mutiladas pela culpa que carregarão pelo resto de suas vidas. Diante disso, não há lei humana que seja eficaz o bastante.

Num Brasil onde várias leis são promulgadas e poucas são seguidas, discutir a descriminalização do aborto é quase irrisório. Não sou a favor de tal mudança. Se a norma continuar como está ou mudar, ainda assim vão existir mulheres despreparadas para ser mães e que vão procurar métodos ou clínicas clandestinas na tentativa de se livrar do “problema”.

É o retrato de um mundo que se diz civilizado, mas que ainda engatinha pela barbárie, o espelho de uma humanidade que tem muito a caminhar para entrar nos eixos. Pode demorar décadas, séculos, milênios para isso acontecer. Vai saber. Essa também é uma questão de escolha.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Ver, o que me motiva!


Cada pessoa encontra uma maneira singular de ver, enxergar, conceber o mundo. No início, o mundo era meio embasado para mim. Na adolescência, a realidade se mostrou cruel. Aos 24 anos, criei o meu mundo. Concreto e abstrato, real e virtual. Não tão bonito, mas motivador.

Tristezas, alegrias, decepções e conquistas me provaram que ver o mundo é uma questão de escolhas. São elas que constroem a minha realidade.

Não quero seguir parâmetros para escrever. Sou fora dos padrões em tudo o que faço. Quero apenas mostrar o que vejo pelos vários olhos que tenho.

Não me refiro apenas aos óculos ou às lentes de contato. Com a ajuda deles, a visão é ainda muito superficial.


Falo de mãos que podem ver o outro apenas com um toque. De ouvidos que podem ver opiniões sem desrespeitá-las ou julgá-las. De olhos fechados, vejo o mundo pelo cheiro.

Refiro-me, principalmente, a um sonhador, ingênuo e amoroso coração, que não mede esforços para estampar a felicidade nos olhos dos que estão ao seu redor. Sem êxito na maioria das vezes, mas que não cansa diante do fracasso.

Como bem disse Antoine de Saint-Exupéry, só se vê bem com o coração, pois o essencial é invisível aos olhos. Talvez o que eu escreva aqui não ajude a transformar o seu mundo, mas fará você ver um pouco do louco mundo que construo a cada dia.